quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DEDUÇÃO E INDUÇÃO

A etimologia da palavra dedução vem do lat. Deductio e significa a ação de conduzir. A lógica é a operação ou raciocínio pelos quais se enuncia uma conclusão necessária a partir de uma ou mais proposições, de acordo com regras ou leis lógicas.(RUSS, 1994, p.59). proposição é toda a afirmação ou negação. O argumento é composto de proposição com encadeamento lógico.
Portanto, nessa perspectiva observa-se que o conhecimento envolve o problema da verdade. Dizendo de outra forma, quando conhecemos,  questionamos se o enunciado corresponde ou não à realidade. Podemos então distinguir verdade de realidade. Na linguagem cotidiana frequentemente são confundidas. Por exemplo: Se nos referirmos a um colar, a um quadro, a um dente, só podemos afirmar que são reais, e não verdadeiros ou falsos, devemos reconhecer que o “falso” colar é verdadeira bijuteria e o dente um verdadeiro dente postiço. Isso porque a falsidade ou veracidade não estão na coisa mesma, mas no juízo e, portanto, no valor da nossa afirmação.
Há verdade ou não, dependendo de como o objeto se apresenta ao  sujeito que conhece. Por isso dizemos que algo é verdadeiro quando é o que parece ser.
Como chegamos então a essa conclusão? Qual a regra ou critério?
         Um dos caminhos pode ser a dedução. Definir dedução é o mesmo que explicitar o seu significado. Qual é então o significado de dedução? Pode-se dizer que a dedutibilidade ou a essência da dedução deve desenvolver-se de modo amplo de uma proposição em relação à outra.
         Dentre as explicações de Abbagnano (1998, p. 232-5) sobre dedução, tem-se a seguinte: “Relação pela qual uma conclusão deriva de uma ou mais premissas. Na história da filosofia, essa relação foi interpretada e fundamentada de várias maneiras. Podem-se distinguir três interpretações principais: \- a que a considera fundada na essência necessária ou substância dos objetos a que se referem as proposições; 2- a que a considera fundada na evidência sensível que tais objetos apresentam; 3a a que nega que essa relação tenha um único fundamento e a considera decorrente de regras cujo uso pode ser objeto de acordo. A interpretação tradicional de D. como "o fato de o particular derivar do universal" ou como "um raciocínio que vai do universal ao particular", etc, { refere-se apenas à primeira dessas interpretações e por isso é restrita demais para poder abranger todas as alternativas a que essa noção deu origem.”
Copi (1978, p.139), chama de argumento dedutivo, aquele cujas premissas fornecem provas decisivas para a verdade de sua conclusão. Todo o argumento dedutivo pode ser válido ou inválido. A teoria da dedução pretende explicar as relações entre as premissas e a conclusão de um raciocínio ou argumento válido e estabelecer técnicas para a avaliação dos argumentos dedutivos, isto é, para distinguir entre as deduções válidas e inválidas.
             Pesquisando outras referencias teóricas sobre dedução tem-se que a dedução é, em primeiro lugar, um encadeamento de intuições. Ela “é uma inferência que vai dos princípios para uma conseqüência logicamente necessária”(ARANHA, 1986, p. 100).
Portanto, pressupõe a intuição das idéias simples e das relações existentes entre elas das quais conclui, necessariamente, outras idéias e relações, como consequências lógicas das anteriores.
         Segundo Chauí (op. cit. p. 66-7): A dedução “é um procedimento pelo qual um fato ou objeto particulares são conhecidos por inclusão numa teoria geral.”
A modernidade inverteu a lógica aristotélica. Para Bacon a reforma social e política parte do conhecimento e do desenvolvimento da técnica. Descartes diz que a reforma pode ser feita pelo sujeito do conhecimento, se este decidir e deliberar pela necessidade de encontrar fundamentos seguros para o saber.”
O objeto do conhecimento são as ideias que podem ser dedutivas ou indutivas. Ou seja, existem caminhos diferentes para a concepção de conhecimento: a dedução ou a indução. Sobre dedução encontra-se na bibliografia específica a relação da dedução com procedimentos ligados as premissas que oferecem provas para a conclusão por inclusão numa teoria geral. Ou seja, seguindo a dedução ou a indução vamos conhecer duas das três concepções de ciência, conforme alude Chauí; o racionalismo e o empirismo. O racionalismo utilizava a dedução e afirmava que os sentidos não são confiáveis porque podem nos fornecer ilusão da realidade como, por exemplo, o bastão que, mergulhado na água, parece estar quebrado (COTRIM, 2002, p.62-63).   
O empirismo utilizava a indução e salientava que a mente humana é uma tabula rasa, uma folha em branco a ser preenchida pela experiência.
Vamos então pensar sobre a terceira concepção de ciência, ou seja o construtivismo. Aí juntamos dedução e indução e podemos então construir o conhecimento. Se no primeiro caso, apenas confirmamos a verdade ou a reproduzimos, se no segundo caso observamos e realizamos experimentações neste caso, construímos o conhecimento. A partir daí sabemos que a responsabilidade de cada um de nós está na construção do saber. Não tem como pensar que o estudante é o depositário do saber. Conhecimento é um processo contínuo e exige a dúvida, a pesquisa, a orientação, enfim, a relação do sujeito com o objeto do conhecimento, sendo que o objeto do conhecimento pode ser o eu mesmo.  
Vamos lá então o que você tem a dizer sobre  isso?
Deixe aqui a sua contribuição em forma de texto ou slide.
                                                                                                         Obrigada

                                                                                                       Mara




Bibliografia:
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4ª ed. São Paulo:Martins Fontes, 2000.
ARANHA, Maria Lúcia de A. e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1993.
CHAUÍ, M. de Souza. Convite à Filosofia. São Paulo. Ática. 1994.
COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas.. São Paulo: Saraiva, 2000.

Um comentário:

  1. Boa tarde,

    gostei muito da explanação do assunto, no entanto, gostaria de saber mais sobre indução!

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