domingo, 19 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
DEDUÇÃO E INDUÇÃO
A etimologia da palavra dedução vem do lat. Deductio e significa a ação de conduzir. A lógica é a operação ou raciocínio pelos quais se enuncia uma conclusão necessária a partir de uma ou mais proposições, de acordo com regras ou leis lógicas.(RUSS, 1994, p.59). proposição é toda a afirmação ou negação. O argumento é composto de proposição com encadeamento lógico.
Portanto, nessa perspectiva observa-se que o conhecimento envolve o problema da verdade. Dizendo de outra forma, quando conhecemos, questionamos se o enunciado corresponde ou não à realidade. Podemos então distinguir verdade de realidade. Na linguagem cotidiana frequentemente são confundidas. Por exemplo: Se nos referirmos a um colar, a um quadro, a um dente, só podemos afirmar que são reais, e não verdadeiros ou falsos, devemos reconhecer que o “falso” colar é verdadeira bijuteria e o dente um verdadeiro dente postiço. Isso porque a falsidade ou veracidade não estão na coisa mesma, mas no juízo e, portanto, no valor da nossa afirmação.
Há verdade ou não, dependendo de como o objeto se apresenta ao sujeito que conhece. Por isso dizemos que algo é verdadeiro quando é o que parece ser.
Como chegamos então a essa conclusão? Qual a regra ou critério?
Um dos caminhos pode ser a dedução. Definir dedução é o mesmo que explicitar o seu significado. Qual é então o significado de dedução? Pode-se dizer que a dedutibilidade ou a essência da dedução deve desenvolver-se de modo amplo de uma proposição em relação à outra.
Dentre as explicações de Abbagnano (1998, p. 232-5) sobre dedução, tem-se a seguinte: “Relação pela qual uma conclusão deriva de uma ou mais premissas. Na história da filosofia, essa relação foi interpretada e fundamentada de várias maneiras. Podem-se distinguir três interpretações principais: \- a que a considera fundada na essência necessária ou substância dos objetos a que se referem as proposições; 2- a que a considera fundada na evidência sensível que tais objetos apresentam; 3a a que nega que essa relação tenha um único fundamento e a considera decorrente de regras cujo uso pode ser objeto de acordo. A interpretação tradicional de D. como "o fato de o particular derivar do universal" ou como "um raciocínio que vai do universal ao particular", etc, { refere-se apenas à primeira dessas interpretações e por isso é restrita demais para poder abranger todas as alternativas a que essa noção deu origem.”
Copi (1978, p.139), chama de argumento dedutivo, aquele cujas premissas fornecem provas decisivas para a verdade de sua conclusão. Todo o argumento dedutivo pode ser válido ou inválido. A teoria da dedução pretende explicar as relações entre as premissas e a conclusão de um raciocínio ou argumento válido e estabelecer técnicas para a avaliação dos argumentos dedutivos, isto é, para distinguir entre as deduções válidas e inválidas.
Pesquisando outras referencias teóricas sobre dedução tem-se que a dedução é, em primeiro lugar, um encadeamento de intuições. Ela “é uma inferência que vai dos princípios para uma conseqüência logicamente necessária”(ARANHA, 1986, p. 100).
Portanto, pressupõe a intuição das idéias simples e das relações existentes entre elas das quais conclui, necessariamente, outras idéias e relações, como consequências lógicas das anteriores.
Segundo Chauí (op. cit. p. 66-7): A dedução “é um procedimento pelo qual um fato ou objeto particulares são conhecidos por inclusão numa teoria geral.”
A modernidade inverteu a lógica aristotélica. Para Bacon a reforma social e política parte do conhecimento e do desenvolvimento da técnica. Descartes diz que a reforma pode ser feita pelo sujeito do conhecimento, se este decidir e deliberar pela necessidade de encontrar fundamentos seguros para o saber.”
O objeto do conhecimento são as ideias que podem ser dedutivas ou indutivas. Ou seja, existem caminhos diferentes para a concepção de conhecimento: a dedução ou a indução. Sobre dedução encontra-se na bibliografia específica a relação da dedução com procedimentos ligados as premissas que oferecem provas para a conclusão por inclusão numa teoria geral. Ou seja, seguindo a dedução ou a indução vamos conhecer duas das três concepções de ciência, conforme alude Chauí; o racionalismo e o empirismo. O racionalismo utilizava a dedução e afirmava que os sentidos não são confiáveis porque podem nos fornecer ilusão da realidade como, por exemplo, o bastão que, mergulhado na água, parece estar quebrado (COTRIM, 2002, p.62-63).
O empirismo utilizava a indução e salientava que a mente humana é uma tabula rasa, uma folha em branco a ser preenchida pela experiência.
Vamos então pensar sobre a terceira concepção de ciência, ou seja o construtivismo. Aí juntamos dedução e indução e podemos então construir o conhecimento. Se no primeiro caso, apenas confirmamos a verdade ou a reproduzimos, se no segundo caso observamos e realizamos experimentações neste caso, construímos o conhecimento. A partir daí sabemos que a responsabilidade de cada um de nós está na construção do saber. Não tem como pensar que o estudante é o depositário do saber. Conhecimento é um processo contínuo e exige a dúvida, a pesquisa, a orientação, enfim, a relação do sujeito com o objeto do conhecimento, sendo que o objeto do conhecimento pode ser o eu mesmo.
Vamos lá então o que você tem a dizer sobre isso?
Deixe aqui a sua contribuição em forma de texto ou slide.
Obrigada
Mara
Bibliografia:
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4ª ed. São Paulo:Martins Fontes, 2000.
ARANHA, Maria Lúcia de A. e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1993.
CHAUÍ, M. de Souza. Convite à Filosofia. São Paulo. Ática. 1994.
COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia: História e grandes temas.. São Paulo: Saraiva, 2000.
Texto sobre Teoria do Conhecimento
A palavra conhecimento provém do latim cognitio (ação de conhecer, de aprender), co-gnoscere. Etimologicamente, ela é formada pela preposição co, cum, em português com, no sentido de junto; e pela palavra gnoscere, do grego genesis, que quer dizer gênese, nascimento: conhecer significa nascer-junto, sentido que se conserva evidente na palavra francesa con-naître. Nascer junto é a experiência de se descobrir numa unidade originária com o que é descoberto, o que o grego chamou de alétheia, o modo de ser da verdade. A origem do conhecimento é o aparecimento de homem e mundo, articulados na unidade do nascimento comum do conhecimento. A teoria é o modo do conhecimento se apresentar. Teoria, palavra originada do grego teoréo, significa etimologicamente observar, examinar, contemplar, indica a ação de ver. Como apresentação do conhecimento, a teoria é o que deixa ver a articulação do que nasce junto, mostrando o que, neste nascimento, se descobriu. Neste sentido, teoria do conhecimento significa o deixar ver do que foi descoberto em um nascer junto, indica uma experiência de descoberta da unidade original do que aparece. Disponível em http://www.enciclopedia.com.br/MED2000/pedia98a/filo79ps.htm.Acesso em: 3/11/09).
Nynphéias
Claude Monet, pintor impressionista, ficou muito conhecido pelos seus quadros retratando as ninfeias (ou nenúfares), plantas aquáticas com flores de extrema delicadeza. Ele pintou diversas telas com este tema, além de construir um lago na sua casa, em Giverny (próxima a Paris), para cultivá-las e observá-las mais atentamente, em toda a sua beleza.
Les Nymphéas, que encontra-se exposta no Musée de l´Orangerie. Esta série de oito imensos painéis foi executada por Monet, em Giverny, e recobre as paredes das salas, segundo instruções do próprio pintor. Estes painéis, feitos durante a 1ª. Guerra Mundial, foram doados a França, em homenagem ao Dia do Armísticio (11 de novembro de 1918).
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